Planejamento detalhado da malha logística garante a competitividade do ngócio e redução de custos

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Empresas que não investem nessa estratégia enfrentam altos custos, atrasos e ineficiência. Por outro lado, o uso de tecnologia, análise de dados e automação garante maior eficiência, redução de custos e um serviço mais ágil e confiável.

O planejamento detalhado da malha logística é fun- damental para a compe- titividade, hoje, porque possibilita às empresas alcançar o equilíbrio entre eficiência operacional, cus- tos reduzidos e qualidade no aten- dimento ao cliente. Em um mer- cado cada vez mais competitivo, onde os consumidores esperam agilidade e personalização, o uso otimizado de recursos logísticos permite que as empresas respon- dam rapidamente às demandas sem comprometer a rentabilidade. “No Brasil, a complexidade tribu- tária e as desigualdades regionais tornam esse planejamento ainda mais estratégico, permitindo ma- ximizar a recuperação de crédi- tos fiscais e minimizar gastos com transporte e armazenagem. Um planejamento eficiente também abre espaço para a inovação, aju- dando as empresas a se posiciona- rem melhor frente a mudanças de mercado e a manterem sua rele- vância em um cenário global dinâ- mico e desafiador”, avalia Marcelo Paciolo, diretor de Supply Chain &
Logística da AGR Consultores. Mas, além de permitir que a em- presa atenda aos seus clientes de forma eficiente e reduza custos operacionais, um planejamento detalhado também garante a oti- mização de rotas e maior flexibili- dade. Entregas rápidas e precisas são uma demanda urgente do mercado, e apenas uma logística bem estruturada pode garantir as duas coisas, acentua Bruno Dor- nellas, superintendente Operacio- nal da Jamef.

Mais enfático ainda, Djalma Cam- pos, diretor de Operações da Andreani Logística, considera o planejamento detalhado pratica- mente o coração de uma opera- ção logística eficiente. Ele garante que a empresa consiga atender os clientes no prazo, gastando o mínimo possível. “Num mercado tão competitivo como o nosso, qualquer desperdício ou atraso pode custar caro – seja em dinhei- ro ou na confiança do cliente. Além disso, ele ajuda as empresas a se prepararem para imprevistos, como mudanças no mercado ou até questões climáticas. Quem tem um bom planejamento con- segue se ajustar rapidamente e manter a operação rodando sem grandes prejuízos.”

A competitividade da empresa também é impactada pelo pla- nejamento detalhado da malha logística, por permitir uma distri- buição mais eficaz dos produtos e recursos, reduzindo custos ope- racionais e melhorando o nível de serviço ao cliente. “Ele ajuda a otimizar rotas, melhorar o tama- nho dos estoques e aumentar a agilidade na resposta às deman- das e oscilações do mercado. Com clientes cada vez mais exi- gentes, uma logística bem pla- nejada pode ser um diferencial significativo e competitivo no negócio”, comenta Andrey Leite, diretor de Excelência Operacio- nal da Ekantika.
A verdade é que ter um planejamento da malha logística é fundamental por diversos motivos, principalmente pelo fato de que essa área costuma ser vista como onerosa pelas empresas e demanda estratégias assertivas para evitar erros e gastos desnecessá- rios, de modo que as companhias consigam potencializar os lucros e a operação. Ela também ajuda no planejamento de expansão, posicionamento de novas filiais e definições sobre terceirização de trechos de atendimento. “Quando falamos de malha logística, englobamos todas as ações desse setor de ponta a ponta, desde os Centros de Distribuição até a entrega. Por isso, é essencial reali- zar o planejamento com atenção para cada etapa, e de maneira individualizada, de acordo com as necessidades de cada empresa”, pontua Bruno Simião, CPO (Chief Product Officer) da MáximaTech. O fato de conectar todas as eta- pas da cadeia de suprimentos, desde o fornecimento de insumos até a entrega ao cliente final, também é resultado do planejamento detalhado da malha logística. Na visão de Wagner Machado , dire- tor da Maxton Logística, ele per- mite que as empresas otimizem processos, reduzam custos ope- racionais e aumentem a previsibi- lidade das operações. Isso é cru- cial para atender às demandas do mercado de forma eficiente e garantir a satisfação dos clientes. “O planejamento detalhado da malha logística é essencial para otimizar recursos, reduzir custos e oferecer um alto nível de servi- ço aos clientes. Em um mercado competitivo, a capacidade de prever demandas, planejar rotas eficientes e monitorar operações em tempo real é um diferencial estratégico. O uso de plataformas tecnológicas que fornecem ras- treamento e informações atua- lizadas em tempo real possibilita decisões mais rápidas e assertivas, contribuindo para maior agilidade e eficiência”, completa Rafael Pu- glia, sócio-diretor responsável pe- las áreas Comercial, Administrati- va e Financeira da Vendemmia.

Elementos do planejamento detalhado

Pelo que foi exposto, fica claro que empresas sem um planejamento logístico eficiente enfrentam desafios que comprometem sua competitividade e sustenta- bilidade. A falta de coordena- ção entre as operações pode resultar em custos elevados de transporte, armazenagem e mão de obra, além de gerar atrasos nas entregas e rupturas de esto- que, afetando diretamente a ex- periência do cliente.
“No Brasil, a complexidade tributária pode amplificar os problemas, pois decisões inadequadas sobre a localização de Centros de Distribuição e rotas logísticas podem levar ao aumento da carga tributária. Além disso, sem uma visão estruturada da malha logística, as empresas têm dificuldade em adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado, perdendo oportunidades de explorar novos canais de venda ou melhorar seu desempenho em regiões estratégicas. Em última instância, essa ineficiência pode comprometer a sustentabilidade financeira e a reputação da empresa”, adverte Paciolo, da AGR Consultores.

A logística, por si só, já é uma área bastante desafiadora para as em- presas. Trabalhar com uma logística ineficiente acarreta diversos problemas para o negócio, seja na frente comercial ou até mesmo nos relacionamentos com os clientes. Não ter um planejamento estratégico e interligado com o setor de vendas, alerta Simião, da MáximaTech, ocasiona problemas como venda de itens que não estão no estoque. Além disso, uma logística sem organização tem problemas com atrasos na entre- ga, demora na lida com devoluções/reentregas ou não consegue atingir indicadores satisfatórios de OTIF (No prazo e Completo). Tudo isso gera insatisfação no consumi- dor e mina os relacionamentos e a reputação da empresa.

De fato, como também destaca Campos, da Andreani Logística, sem planejamento, a logística vira um caos. A empresa gasta mais do que deveria, as entregas atrasam e, no final, o cliente fica insatisfeito. Isso impacta direta- mente a imagem da empresa e a fidelidade do consumidor. Outro problema grave é a falta de pre- visibilidade. Sem uma estratégia clara, é impossível se antecipar a problemas, como falta de trans- porte ou aumento de demanda. Isso pode gerar gargalos enormes e prejudicar toda a operação. “Sem um planejamento eficien- te, as empresas correm o risco de se utilizarem de rotas ineficientes, podendo até mesmo atrasar as entregas. Entre as consequências, estão o aumento de custos operacionais, dificuldades de prever demandas e insatisfação dos clientes”, também explica Dornellas, da Jamef Transportes Leite, da Ekantika, também lista o que as empresas sem planejamento logístico eficiente podem encontrar: estoques desnivelados, causando rupturas ou quebras por vencimento do prazo de validade, e dificuldade em aumentar a penetração no mercado. A estas, Puglia, da Vendemmia, acrescenta: falta de visibilidade – dificuldade em monitorar opera- ções e identificar gargalos; custos elevados – gastos desnecessários com transporte e armazenamento; desconfiança do cliente – atrasos e falhas na comunicação afetam a experiência do consumidor.

“Sem o apoio de sistemas que ras- treiam cargas e oferecem insights em tempo real, esses problemas se agravam, tornando mais difícil reagir a mudanças no mercado ou corrigir falhas rapidamente.”

Sem planejamento logístico

O planejamento detalhado da malha logística é composto por diversos elementos que interagem para garantir eficiência e eficácia. Um dos pilares é a análise tributária detalhada, que considera as legislações de cada estado ou região para otimizar a recuperação de créditos fiscais e minimizar os custos tributários. Outro elemento crucial é a roteirização eficiente, que engloba a escolha dos modais de transporte mais adequados e o planejamento das rotas com base em custos e prazos. A localização estratégica de Centros de Distribuição é igualmente essencial, pois impacta diretamente os tempos de entrega e os custos logísticos. Além disso, o uso de tecnologia para simulação e modelagem de cenários permite que as empresas antecipem desafios e ajustem seu planejamento conforme necessário. “Todos esses elementos devem ser integrados a indicadores de desempenho claros, que forneçam feedback contínuo sobre a eficiência da operação”, explica Paciolo, da AGR Consultores.
Um planejamento eficiente come- ça com a análise da demanda: saber o que precisa ser entregue, para onde e em qual prazo. “Depois, entra a definição das rotas, escolha dos Centros de Distribuição e o dimensionamento da frota. Outro ponto que não dá para esquecer são as questões externas, como legislação e infraestrutura. Tudo isso precisa estar alinhado para garantir que a operação seja eficiente e sustentável”, acrescenta Campos, da Andreani Logística.
Também para Dornellas, da Jamef Transportes, o planejamento da malha logística começa com uma análise aprofundada de toda a infraestrutura necessária para garantir agilidade e precisão, incluindo armazéns, Centros de Distribuição e rotas de transporte. Em seguida, é preciso definir os indicadores de desempenho (KPI’s) que garantem um monitoramento adequado das operações. Contar com bons parceiros logísticos e fornecedo- res, além de integrar tecnologia de ponta é essencial.

Tecnologia

A tecnologia tem um papel crucial no planejamento e na otimização da malha logística, com ferramentas que aumentam a eficiência dos processos, reduzem o custo de servir e melhoram a experiência final do cliente. Sistemas como o TMS (Gerenciamento de Trans- porte) e o WMS (Gerenciamento de Armazéns) são exemplos fundamentais, complementados por dispositivos conectados, que são capazes de fornecer dados em tempo real sobre localização, condições de carga e desempenho de veículos. Além disso, o uso de tecnologia permite a análise de grandes volumes de dados para identificar padrões e otimizar decisões logísticas em tempo real, gerando outro grande volume de dados que podem ser usados de diversas formas. “Um exemplo avançado é o uso do Digital Twin, uma réplica virtual detalhada da malha logística. Alimentado por dados em tempo real, o Digital Twin permite simular cenários, monitorar operações e implementar melhorias, contribuindo significativamente para o planejamento estratégico e a gestão operacional da cadeia logística”, comenta Leandro Soares, Head de Supply Chain da Ekantika.
Por outro lado, Cardoso, da Maxton Logística, aponta que soluções como as oferecidas por Oracle, SAP e TOTVS proporcionam uma visão integrada de toda a cadeia de suprimentos. Ferramentas de análise preditiva, algoritmos de otimização e os Digital Twins permitem simular cenários antes de implementá-los. Isso aju- da as empresas a tomarem de- cisões mais assertivas, reduzindo riscos e maximizando a eficiência. Também na visão de Paciolo, da AGR Consultores, a tecnologia desempenha um papel central no planejamento e na otimização da malha logística, pois permite processar grandes volumes de dados e simular cenários complexos com precisão. Ferramentas avançadas de modelagem, por exemplo, possibilitam a análise detalhada de diferentes combinações de rotas, localizações de Centros de Distribuição e modais de transporte, ajudando as empresas a identificar soluções mais eficientes e econômicas. Além disso, sistemas de gestão de transporte (TMS) e de armazéns (WMS) garantem a visibilidade em tempo real das operações, permitindo ajustes dinâmicos e decisões mais ágeis. O diretor de Supply Chain & Logística lembra que, no Brasil, a integração dessas ferramentas com soluções fiscais é particularmente relevante para gerenciar a complexidade tributária e maximizar os benefícios financeiros. A tecnologia também contribui para a au- tomação de processos, reduzindo erros manuais e liberando recursos para iniciativas mais estratégicas. “A tecnologia é uma grande aliada! Com softwares específicos, é possível simular cenários e esco- lher as melhores rotas ou até ajustar a operação em tempo real. Isso evita desperdícios e melhora muito a eficiência. Além disso, ferramentas como sistemas de rastreamento e monitoramento permitem identificar problemas antes que eles se tornem grandes dores de cabeça. É a tecnologia aju-dando a logística a ser mais ágil e confiável”, também comenta Campos, da Andreani Logística, complementado por Dornellas, da Jamef, para quem o uso de softwares avançados para simulação e modelagem de cenários ajuda a prever gargalos e encontrar soluções mais eficientes. Além disso, a automação pode auxiliar no rastreamento em tempo real das entregas e na otimização das rotas de transporte, resultando em uma operação mais eficiente e menos propensa a erros. Já para Simião da MáximaTech, a importância da tecnologia para uma logística eficiente está no fato de ele aumentar a produtividade e evitar erros humanos. “Ter ferramentas especializadas em logística é essencial para cada etapa do processo, pois auxilia no gerenciamento de muitos itens, pedidos e processos.” Ainda segundo o CPO, o apoio de soluções traz mais transparência para a logística, permitindo uma operação mais estratégica, com acompanhamento de informações em tempo real e munida de dados que permitem agilidade na resolução de problemas, além da economia com custos operacionais excessivos.
“A tecnologia permite automação e análise detalhada, otimizando cada etapa da logística. Por exemplo: plataformas de rastreamento em tempo real ajudam a monitorar o status de cargas e prever possíveis atrasos; sistemas de gestão integrados otimizam estoques e rotas; análise preditiva utiliza dados históricos para antecipar tendências e comportamentos de mercado, permitindo ajustes na malha com antecedência”, completa Puglia, da Vendemmia.

Análise de dados

Já que se falou em tecnologia, qual seria o papel da análise de dados na tomada de decisões estratégicas relacionadas à logística? Afinal, a análise de dados é a base para decisões estratégicas informadas e bem-sucedidas na logística. Por meio dela, as empresas conseguem identificar padrões, prever demandas e otimizar recursos, garantindo operações mais ágeis e econômicas. Dados estruturados e não estruturados, provenientes de sistemas integrados como ERPs e TMS, fornecem uma visão detalhada da operação e permitem que gestores tomem decisões embasadas em informações atualizadas. Além disso, a análise de dados possibilita a identificação de ineficiências e a proposição de melhorias contínuas, como ajustes na localização de CDs ou mudanças nos fornecedores. “Em um ambiente como o brasi- leiro, onde a volatilidade tributária e os desafios regionais são cons- tantes, a análise de dados é fundamental para criar resiliência e flexibilidade, assegurando que as empresas possam se adaptar rapidamente às mudanças e manter sua competitividade”, ressalta o diretor de Supply Chain & Logística da AGR Consultores.
Enfático, o diretor de Operações da Andreani Logística aponta que os dados são o grande trunfo da logística moderna. Com eles, a empresa consegue entender padrões, prever demandas e tomar decisões mais assertivas. Por exemplo, é possível identificar rotas com maior custo-benefício ou prever sazonalidades. Na prática, diz Campos, isso ajuda a cortar custos e a melhorar o atendimento. Sem uma boa análise de dados, é como navegar no escuro – você até se movimenta, mas não sabe se está indo na direção certa.
Soares, da Ekantika, também considera a análise de dados indispensável. Os dados permitem identificar padrões e gargalos de consumo, monitorar o desempenho operacional e prever necessidades de tomadas de decisões para correções rápidas de desvios. “Acredito que o grande desafio com os dados se dá na qualidade deles. Com dados faltando ou cheios de premissas e ajustes manuais, as decisões acabam sendo tomadas muito por feeling”, adverte.

Se a empresa analisa dados como tempo de entrega, consumo de combustível e rotas mais eficientes, ela consegue tomar decisões mais precisas que são baseadas em evidências, além de detectar áreas e processos que precisam de melhorias, também ensina Dornellas, da Jamef.

Já ferramentas que consolidam dados operacionais, como os gerados por plataformas de ras- treamento em tempo real, fornecem insights sobre desempenho, custos e gargalos. Isso permite: ajustar rotas e cronogramas; monitorar a eficiência de transportes e armazéns; antecipar problemas e otimizar recursos, acrescenta Puglia, da Vendemmia.

Como se pode notar, a análise de dados é essencial em qualquer setor da empresa. Com ela, é possível analisar as ações que estão sendo executadas e avaliar quais decisões devem ser toma- das para evitar problemas e otimizar os resultados. Na logística não é diferente, continua o CPO da MáximaTech. Isso pode ser ainda mais detalhado ao contar com indicadores de performance, como o OTIF, tempo médio de entrega, índice de devoluções, custo/rota entre outros. Ter esses critérios de avaliação bem definidos ajuda a visualizar onde estão os principais gargalos da sua logística e criar ações assertivas para resolvê-los. Além disso, uma torre de controle logístico eficiente consegue lidar com as demandas imediatas e também gerar inteligência para a melhoria dos processos.

Novo planejamento logístico

Também vale destacar os desafios na implementação de um novo planejamento logístico. Primeiramente, é necessário olhar para os processos, entender a partir dos dados disponíveis como estão os resultados, a eficiência operacional e pontos que fujam da curva, seja de maneira positiva ou negativa. Em segundo lugar, continua Simião, da MáximaTech, é preciso avaliar a parte técnica, ou seja, quais soluções precisam ser inseridas na operação para que ela seja otimizada e também como essas tecnologias se integram entre si. Uma boa comunicação entre os sistemas utilizados é fundamental para a troca de informações e o bom funcionamento das ferramentas.

Além disso, um novo planejamento logístico precisa englobar mudanças culturais no setor. Ou seja, elaborar treinamentos e estratégias de adaptação da equipe com as novas tecnologias. Nesse ponto, é essencial ouvir os agentes envolvidos nos processos logísticos, desde a gestão, até operadores e motoristas.
Outro desafio é o cuidado com as questões envolvendo legislações, seja de transporte, armazenamento ou até mesmo direitos dos consumidores. Atentar a esses detalhes é essencial ao implementar um planejamento logístico, completa o CPO da MáximaTech.
Paciolo, da AGR Consultores, ressalta que os desafios vão desde a resistência à mudança até a complexidade técnica de integrar novas soluções. Um dos principais entraves é o alinhamento entre diferentes áreas da empresa, que nem sempre compartilham as mesmas prioridades ou visão estratégica. Além disso, a necessidade de investimentos iniciais em infraestrutura, tecnologia e treinamento pode gerar hesitação, especialmente em cenários de incerteza econômica. No Brasil, a diversidade geográfica e a complexidade tributária adicionam camadas de dificuldade, exigindo análises detalhadas e ajusetes regionais. Outro desafio significativo – ainda segundo o diretor de Supply Chain & Logística da AGR Consultores – é a adaptação das operações existentes ao novo modelo, o que pode exigir uma reestruturação completa dos processos. Por isso, é essencial um planejamento robusto e um cronograma bem definido, com suporte tecnológico e engajamento de todos os envolvidos. “A mudança, por si só, já é um desafio. Muitas vezes, os colaboradores ou parceiros podem resistir a novos processos, por falta de entendimento ou medo de sair da zona de conforto. Por isso, comunicação e treinamento são fundamentais. Outro ponto complicado é integrar tecnologias novas aos sistemas já existentes. Muitas empresas ainda têm processos antigos, e fazer essa transição sem impactar a operação exige um bom planejamento”, comenta, agora, Campos, da Andreani Logística.

Puglia, da Vendemmia, também lista os desafios, sob o seu ponto de vista: integração de sistemas – garantir que plataformas tecnológicas se comuniquem para oferecer dados em tempo real; resistência à mudança – treinar as equipes para utilizar novas ferramentas e processos; manutenção da operação – implantar mudanças sem comprometer o fluxo logístico existente. Plataformas modernas de rastreamento e gestão podem facilitar essa transição, fornecendo dados claros e aumentando a confiança dos envolvidos, diz Puglia.
Já Cardoso, da Maxton Logística, alerta que entre os principais desafios estão as oscilações de mercado e as legislações complexas. As empresas precisam estar preparadas para lidar com um ambiente dinâmico e adotar soluções que proporcionem flexibilidade e resiliência, admite.

Mudanças do mercado

Garantir a adaptação do planejamento logístico às mudanças do mercado exige flexibilidade e monitoramento constante, através de indicadores. Paciolo, da AGR Consultores, ensina que uma estratégia eficaz é revisitar periodicamente o planejamento de malha, analisando fatores como alterações tributárias, flutuações na demanda e avanços tecnológicos. A utilização de ferramentas tecnológicas robustas, como sistemas de gestão de transporte (TMS) e modelagem de cenários, permite ajustes rápidos e embasados em dados. “No Brasil, a volatilidade legislativa e econômica torna indispensável o acompanhamento de tendências macroeconômicas e mudanças regulatórias para prevenir impactos negativos. Além disso, manter uma comunicação ativa entre as áreas operacionais e estratégicas assegura que o planejamento esteja alinhado às prioridades do negócio. Essa abordagem integrada permite que a empresa reaja de maneira ágil e continue competitiva, mesmo em ambientes dinâmicos.” Monitorar o mercado o tempo todo é, de fato, primordial, já que as mudanças podem vir de todos os lados – novas demandas, questões regulatórias ou até alterações na infraestrutura. Se o planejamento for flexível, diz Campos, da Andreani Logística, é mais fácil se ajustar rapidamente. Além disso, ter uma boa rede de parceiros e investir em tecnologia ajudam muito. Isso dá à empresa a agilidade necessária para res- ponder a essas mudanças sem comprometer a operação.
Ainda em face das constantes mudanças do mercado, o acompanhamento de canais de co- municação voltados para a logística é essencial, mas também a participação em feiras de negócios e workshops é um excelente indicador do que é tendência e do que realmente é aplicável para a operação de cada empresa. Também é importante estar ligado a grupos de discussão, associações do setor de atuação da empresa para compartilhamento de experiências e insights práticos do que outras empresas também estão vivenciando em sua rotina logística, aconselha Simião, da MáximaTech.
“A flexibilidade é fundamental. As empresas devem: usar sistemas que rastreiam e atualizam informações em tempo real para identificar tendências e ajustar rapidamente a operação; reavaliar periodicamente a malha logística; e implementar soluções modulares que permitam adaptações rápidas, seja em rotas, modais ou estoques”, expõe Puglia, da Vendemmia.
Também é essencial manter análises preditivas e tecnologias novas para antecipar cenários e mitigar riscos. Ferramentas de simulação e modelagem permitem testar diferentes cenários antes de implementar mudanças, reduzindo o impacto de decisões erradas. Ainda na visão de Leite, da Ekantika, a integração com parceiros estratégicos, como fornecedores e transportadoras, também é fundamental, permitindo maior flexibilidade para lidar com flutuações de deman- da, sazonalidades e crises. Por fim, a capacitação contínua da equipe e o alinhamento com a estratégia corporativa garantem que o planejamento logístico permaneça dinâmico e eficaz.
Para Dornellas, da Jamef Trans- portes, um planejamento logístico flexível é o que garantirá a adaptação. Basta atentar-se, sempre, às demandas dos clientes/consumidores, às condições econômicas e às tendências do setor. Monitorar o desempenho da operação de forma a identificar o momento de alterar a rota também é imprescindível para estar alinhado às mudanças do mercado, diz.

Indicadores de desempenho

Os indicadores de desempenho (KPIs) mais relevantes para avaliar uma malha logística incluem métricas financeiras, operacionais e de serviço. O custo total de logística é um indicador fundamental, abrangendo transporte, armazenagem e impostos. Em paralelo, a pontualidade nas entregas (OTD – On-Time Delivery) reflete a qualidade do serviço ao cliente. A taxa de ruptura de estoque é outro KPI crítico, pois aponta falhas no atendimento à demanda. A ocupação dos Centros de Distribuição e o índice de aproveitamento de carga medem a eficiência operacional, enquanto o custo por quilômetro rodado avalia a eficiência do transporte. No Brasil, onde a tributação impacta diretamente a rentabilidade, o monitoramento da recuperação de créditos fiscais também deve ser priorizado. Esses indicadores fornecem uma visão abrangente da performance e permitem identificar áreas de melhoria contínua.
Complementando o que relacionou Paciolo, da AGR Consultores, acerca dos indicadores de desempenho mais relevantes para avaliar a eficiência de uma malha logística, Puglia, da Vendemmia, destaca: OTIF (On-Time In-Full) – mede a entrega completa e dentro do prazo; custo por quilômetro ou entrega – avalia a eficiência de transporte; Lead Time – Tempo total do pedido à entrega; visibilidade em tempo real – métrica fornecida por plataformas que rastreiam operações logísticas, garantindo con- trole e previsibilidade.
Leite, da Ekantika, também lista os indicadores de desempenho: custo de transporte – custo por unidade ou por quilômetro; encargos tributários – recomposições de alíquotas e créditos; SLA e Lead Time – nível de qualidade e serviço ao cliente, um diferencial cada vez mais importante e cobrado; e acuracidade do estoque – capacidade de manter níveis de estoque corretos e com qualidade, uma vez que altos níveis agregam no custo e podem gerar perdas, enquanto baixos níveis podem gerar ruptura e impactam o cliente diretamente.
Outro ponto importante é o índice de satisfação do cliente. “Afinal, não adianta ser eficiente se o cliente não está satisfeito com o serviço prestado”, coloca, agora, Campos, da Andreani Logística. Dornellas, da Jamef Transportes, completa: “Também precisamos levar em consideração os indi- cadores de sorter, como caixas/hora, caixas rejeitadas, recirculação e disponibilidade.”
E Simião, da MáximaTech, finalizaesta questão: além dos indicadores já citados, é importante se atentar ao índice de devoluções e ao custo de cada ação logística (entregas; reentregas; devoluções). Outro indicador importante para se atentar é o custo de transporte e taxa de ocupação dos veículos.

Tendências

Diante de tudo o que foi falado nesta matéria especial, quais seriam as principais tendências que irão moldar o futuro da logística e como o planejamento detalhado da malha logística deve se adaptar a essas mudanças?
Digitalização, sustentabilidade e personalização são tendências que moldarão o futuro da logística, acredita Paciolo, da AGR Consultores. Sob a sua ótica, tecnologias como Internet das Coisas (IoT), blockchain e inteligência artificial transformarão a maneira como os dados são capturados e analisados, possibilitando decisões mais rápidas e precisas. A sustentabilidade ganhará destaque com a busca por operações debaixo carbono e maior eficiência energética. Além disso, o crescimento do e-commerce exigirá uma malha logística mais ágil e descentralizada, com foco na proximidade do consumidor final. “Para se adaptar, o planejamento logístico deve incorporar ferramentas avançadas de simulação e análise de cenários, permitindo ajustes dinâmicos às novas demandas. No Brasil, será essencial equilibrar essas inovações com a complexidade tributária e a infraestrutura desafiadora, garan- tindo que as empresas continuem competitivas.”
Sustentabilidade e digitalização também são as grandes tendências na visão de Campos, da Andreani Logística. As empresas vão precisar buscar soluções mais verdes, como veículos elétricos ou rotas que emitam menos carbono. “E, claro, a tecnologia vai estar cada vez mais presente.” Ainda segundo ele, o planejamento logístico precisa ser dinâmico, capaz de se ajustar rapidamente a essas mudanças e integrar novas soluções sem comprometer a eficiência. “Sempre é bem difícil prever o futuro da logística, porém existem algumas tendências que são constantes, como um cliente cada vez mais exigente e se acostumando rapidamente com um nível de serviço melhor. Na logística, as principais tendências são: digitalização e automação cada vez mais sofisticadas com o uso de dados e inteligência artificial; demanda por uma logística mais sustentável, com menos emissão de carbono; expansão de comércio eletrônico e entregas de última milha gerando uma demanda por entregas rápidas e personalizadas; e cadeia de suprimentos com as decisões orientadas por dados coletados em tempo real de toda a cadeia logística”, também acredita Soares, da Ekantika.

Entre as tendências, Dornellas, da Jamef Transportes, destaca a automação de armazéns e veículos e a implementação de soluções de ESG. Para se adaptar a essas mudanças, o planejamento logístico precisa ser flexível e incorporar novas tecnologias, além de estar alinhado com a busca por mais sustentabilidade.
“A Inteligência Artificial também vai impactar a logística, trazendo soluções mais assertivas dentro das ferramentas já existentes, além de ampliar a possibilidade de transparência e organização dos processos. Outra tendência é o armazenamento de dados em nuvem, que permite sincronização das informações e garante otimização das etapas logísticas. Em um mercado cada vez mais acelerado, entregas com prazo mais curto se tornam uma necessidade para empresas que atuam com a logística. Diante disso, a estratégia de entrega no mesmo dia (Same Day Delivery) deve se tornar uma tendência cada vez mais forte, exigindo que empresas de logística criem um planejamento para torná-las possível. A logística verde também será um ponto cada vez mais importante, diante das mudanças climáticas e consumidores atentos aos processos das empresas. Portanto, trabalhar com veículos elétricos, embalagens sustentáveis e ações que evitem desperdícios é essencial para o sucesso logístico.
Para se adaptar a essas tendências, é preciso estruturar bem a malha logística, contar com uma equipe qualificada, priorizar ações voltadas para a eficiência e ter o apoio de tecnologias especializadas.” A análise, agora, é de Simião, da MáximaTech, complementado por Cardoso, da Maxton Logística: “estamos vendo um aumento no uso de in- teligência artificial, machine learning e blockchain para melhorar a visibilidade e a segurança da cadeia de suprimentos. Essas tecnologias vão transformar ainda mais o setor, trazendo novos níveis de eficiência e confiabilidade”

IA e automação

De fato, e como pôde ser visto pelas declarações ao longo desta matéria, a inteligência artificial (IA) e a automação estão revolucionando o planejamento e a gestão logística ao tornarem os processos mais precisos e proativos. A IA permite a análise de grandes volumes de dados para prever demandas, identificar gargalos e sugerir otimizações em tempo real. Já a automação, por meio de robôs, veículos autônomos e sistemas integrados, reduz erros operacionais e aumenta a eficiência. “No Brasil, essas tecnologias têm potencial para mitigar desafios como a alta dependência do transporte rodo- viário e a complexidade tributária, integrando análises fiscais às decisões operacionais.”

Além disso – prossegue Paciolo, da AGR Consultores –, o uso de siste- mas inteligentes viabiliza a simulação de múltiplos cenários logísticos, ajudando as empresas a encontrar soluções otimizadas e a se adaptarem rapidamente às mudanças do mercado. A transformação digital, quando bem implementada, gera ganhos significativos em custo, tempo e qualidade.
Campos, da Andreani Logística, também destaca que a inteligência artificial já está revolucionando a logística, na medida que permite prever demandas, otimizar rotas e até antecipar problemas, tudo com base em dados. Isso traz um nível de eficiência que seria impossível manualmente. Já a automação ajuda nas tarefas repetitivas, como triagem e separação de pedidos. Assim, os profissionais podem focar em decisões estratégicas, enquanto as máquinas cuidam do operacional.
“A inteligência artificial e a automação oferecem um vasto potencial de transformação nas operações logísticas, impactando diversas frentes. Um exemplo disso é o planejamento dinâmico de rotas, que utiliza dados em tempo real sobre tráfego, condições climáticas e restrições de veículos, permitindo ajustes rápidos e a reação a eventos imprevistos, como chuvas ou congestionamentos. Outra aplicação importante é a otimização de estoques, que, por meio de projeções de demanda baseadas em dados históricos, prevê com alta precisão as necessidades futuras, evitando rupturas ou excesso de inventário. Além disso, sistemas automatizados podem reposicionar os estoques nos armazéns, maximizando o uso do espaço e posicionando estrategicamente os produtos mais procurados, o que melhora a eficiência do processo de picking. Em resumo, a combinação de inteligência artificial e automação abre um leque de soluções inovadoras que transformam a logística de forma inteligente e eficiente”, diz Soares, da Ekantika.
Dornellas, por sua vez, entende que a IA pode identificar padrões e fazer ajustes dinâmicos no planejamento, bem como melhorar a precisão das previsões, otimizar rotas em tempo real e automatizar processos. A automação, por sua vez, continua o superintendente Operacional da Jamef Transportes, pode aumentar a eficiência e produtividade, reduzir erros humanos e diminuir custos operacionais. “Automatizar os processos logísticos é fundamental para economizar tempo e redirecionar a equipe para ações cada vez mais estratégicas. Além disso, evita erros e divergências em entregas ou mercadorias. Em conjunto com a Inteligência Artificial (IA), a automação fica cada vez mais assertiva e os processos têm maior chance de sucesso. A IA pode apoiar na previsão de demandas da logística e da personalização do atendimento ao cliente a partir do histórico e análise de dados. Outro ponto é o acompanhamento das ações em tempo real com mais facilidade”, completa Simião, da MáximaTech.
O sócio-diretor da Vendemmia finaliza esta matéria especial destacando que a IA e a automação trazem: planejamento proativo – Identificação de padrões e an- tecipação de demandas; rastreamento inteligente – sistemas que analisam dados em tempo real para otimizar rotas e prever problemas; e automação de tarefas – desde a separação de pedidos até o monitoramento de entregas, reduzindo custos e aumentando a precisão.

 

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