Pesquisa aponta que entre 40% e 60% dos projetos não dão certo; entenda os motivos e o que fazer para ter sucesso na empreitada
Um estudo realizado pela consultoria Ekantika descobriu que entre 40% e 60% dos planos estratégicos das empresas brasileiras não atingem os resultados esperados, ainda que o planejamento seja bem feito. O levantamento ouviu profissionais operacionais e de alta e média gerência de cerca de 100 organizações de diferentes setores.
De acordo com a pesquisa, intitulada “Da estratégia à execução”, o processo de implementação, embora crítico, tende a receber menos atenção e investimentos do que o planejamento. Entre as principais barreiras à execução, segundo os entrevistados, destacam-se atividades concorrentes do dia a dia e fatores externos que dificultam o cumprimento dos objetivos planejados.
Segundo Boris Leite, sócio-fundador da Ekantika, a capacidade de execução sempre foi um desafio para as empresas, e muitas vezes significou a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma estratégia. “Ao longo das últimas décadas, as características do desafio da execução foram mudando. Na década de 1990, o principal desafio era a falta de tecnologia para controle e orquestração das iniciativas. Em 2000, veio a fase da falta de agilidade, que deu origem a movimentos de foco no cliente. Em 2010, na esteira do crescente dinamismo dos mercados demandando respostas rápidas das empresas, veio a ‘falta de acabativas’, ou seja, um volume insano de iniciativas sendo lançado, frequentemente sem finalização”, pontua.
O especialista explica que o contexto atual é decorrente dessa evolução e se caracteriza por um elevado nível de complexidade na gestão interna das empresas. “Para fazer frente às demandas de velocidade, foco no cliente, entre outras, veio uma onda de iniciativas de ‘agilidade’. O conceito em si tem muito valor, mas sua implementação muitas vezes mal feita acaba aumentando o nível de complexidade e fragmentação, e por consequência uma quantidade enorme de ‘zonas cinzentas’ e conflitos internos mal resolvidos’, afirma.
As cinco dificuldades mais citadas por líderes e gestores na pesquisa para a implementação estratégica foram:
Para Leite, a fase mais crítica da execução estratégica é a tradução do planejamento em ações práticas, especialmente devido às “zonas cinzentas” organizacionais e conflitos estruturais. “Muitas vezes, um ajuste de estratégia vem acompanhado de planos de ação, frentes de trabalho e ajustes na estrutura organizacional. Essas iniciativas geram documentos, apresentações e reuniões para comunicação e cobrança. No entanto, frequentemente não se dá a devida importância ao entendimento dos fatores bloqueadores e habilitadores que impactam a execução da estratégia”, detalha.
Ele revela que essas “zonas cinzentas” entre estruturas e processos não são mapeadas, entendidas e trabalhadas. Além disso, os processos não são ajustados para eliminar conflitos de responsabilidades decorrentes de mudanças no modelo operacional. “Como consequência, há desperdício de energia, e ineficiências importantes que comprometem a implementação das estratégias”, complementa.
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